As expectativas de início de ano são cumulativas para a maioria das pessoas. Almejar, planejar, fazer algo diferente, sempre transportamos nas malas da experiência uma esperança de concretizar coisas peculiares que poderiam ser realizadas no ano anterior.
Diante de um momento pandêmico incerto, as pessoas podem caminhar mais lentamente em seus projetos, pois ainda paira no ar a sensação de que a dita normalidade, principalmente a de ir e vir e socializar, ainda está limitada.
Infelizmente esta restrição pode gerar sentimentos de ansiedade, angústia que quando não elaborados, evolui para estados depressivos.
A incerteza da pandemia há dois anos colocou o mundo perante uma imensa cratera de dúvidas, principalmente pela letalidade da doença. O isolamento em casa, ou no quarto, para aqueles que foram acometidos do vírus e precisaram ficar em espaço separado dentro da própria casa são situações que provocam agonia, e por mais que a pessoa possa ter vários livros, celular, notebook disponíveis, ela não conseguirá focar a mente em outro alvo.
A pandemia foi e, ainda é algo desconhecido, que provoca medo e este medo leva a aflição, amargura. A passagem para 2022 pode trazer caminhos para retomar a vida que tínhamos antes de fevereiro-março de 2020, contudo, algumas modificações já instaladas tendem a permanecer, como por exemplo atendimentos de consulta e trabalho remotos.
Creio que a pandemia apenas antecipou um fato que, tecnologicamente, passaria a fazer parte dos nossos hábitos em curto espaço de tempo. Esta mudança trouxe grande melhoria em termos de diminuir o tempo que as pessoas passam na locomoção e aumentar o tempo em que elas permanecem em casa, desfrutando mais estar em família.
Importante neste quadro atual, onde até as rochas estão desmoronando e não há, no momento, perspectiva de finitude da crise sanitária, que as pessoas assumam seus temores e busquem ajuda profissional.
Cuidar da saúde mental e psíquica é respeitar a si e ao outro, seja o outro, familiar, vizinho, amigo, etc..